Um teve que morrer para o outro viver.

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Texto: At. 7:52-60 – A qual dos profetas não perseguiram vossos pais? Até mataram os que anteriormente anunciaram a vinda do Justo, do qual vós agora fostes traidores e homicidas;53 – Vós, que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e não a guardastes.54 – E, ouvindo eles isto, enfureciam-se em seus corações, e rangiam os dentes contra ele.55 – Mas ele, estando cheio do Espírito Santo, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à direita de Deus;56 – E disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus.57 – Mas eles gritaram com grande voz, taparam os seus ouvidos, e arremeteram unânimes contra ele.58 – E, expulsando-o da cidade, o apedrejavam. E as testemunhas depuseram as suas capas aos pés de um jovem chamado Saulo.59 – E apedrejaram a Estêvão que em invocação dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito.60 – E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu.

INÍCIO: A Bíblia não nos conta muito sobre a vida de Estêvão, mas nos dá informação importante sobre seu caráter. Estêvão era um cristão fiel, com boa reputação na igreja. Depois do dia de Pentecostes, a igreja primitiva cresceu muito rapidamente. Os apóstolos lideravam a igreja, mas chegou a um ponto em que eles precisaram delegar algumas responsabilidades a outras pessoas. Por isso, a igreja escolheu sete homens de caráter excelente para servir às mesas e cuidar das viúvas (At.6:2-4- E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas.3 – Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.4 – Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra). Um dos sete homens foi Estêvão, além de suas responsabilidades práticas na igreja, Estêvão ficou conhecido por estar cheio do poder de Deus e realizar milagres (At.6:8- E Estêvão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo). Como tem sido a nossa caminhada cristã? Estevão dava testemunho que era um cristão, não somente dentro da comunidade cristã, mas também diante do povo e da sociedade, não se importando com o que o povo pensava dele. Alguns judeus não ficaram contentes e tentaram apanhar Estêvão em discussões. Mas Deus deu muita sabedoria a Estêvão e ninguém conseguia refutar sua argumentação, pois assim como se via em Jesus, também estava presente na vida de Estevão, ele falava com autoridade e Unção.

Quantos de nós tem enfrentado algum tipo de discriminação por amor ao evangelho de Cristo? Será que a nossa vida tem sido de uma testemunha da obra de Jesus, se formos ler a defesa de Estevão, sinceramente ficaremos envergonhados, diante da sua coragem e ousadia, e infelizmente é isso que tem faltado a Igreja do século 21, uma igreja que em sua maioria tem se deixado levar por outras prioridades, que não é ser testemunha do evangelho de Cristo, que deveria ser as boas novas de salvação. Aliás no meu entendimento, Satanás não tem utilizado nem de armas potentes contra ela, pois ela tem sucumbido nas pequenas lutas que tem passado. Temos na bíblia em Ap. 3:1-4- E Ap. anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete espíritos de Deus, e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto.2 – Sê vigilante, e confirma os restantes, que estavam para morrer; porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus.3 – Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.4 – Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes, e comigo andarão de branco; porquanto são dignas disso.

A partir do momento que foi martirizado, o testemunho de Estevão falou de forma inequívoca do que é servir a Deus e não aos homens, em nenhum momento ele hesitou em testemunha o que Jesus Cristo tinha feito em sua vida, ele cumpriu com o seu chamado e nunca tirou da sua vida o propósito de agradar e obedecer, aquele que o amou e se entregou por ele. Neste texto vemos que aqueles que mataram a Estevão, colocaram as suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo, que provavelmente era o líder, mesmo que ainda jovem, daquela CPI, daquela operação em favor da boa religião e dons bons costumes, ele era o chefe dos guardiões da religião pura e verdadeira, isso no entendimento deles.   

Um dos equívocos mais comuns que as pessoas cometem no tocante ao Novo Testamento é pensar que Saulo, perseguidor da Igreja Cristã primitiva, mudou seu nome para Paulo depois de se converter ao cristianismo.

Muitos até acham que foi Deus quem mudou o nome de Saulo para Paulo. Alguém aqui nesta noite já pensou assim, ou até mesmo já ministrou afirmando ter sido assim: Enquanto Saulo de Tarso tinha esse nome, ele era perseguidor da igreja, mais quando Deus mudou a sua identidade na “Estrada de Damasco”, ele se tornou Paulo e de perseguidor se tornou um perseguido por amor a Jesus. No entanto, quando lemos o Novo Testamento com atenção, observamos que Deus nunca muda o nome de Saulo para Paulo. Quando Deus fala com Saulo, ele usa o seu nome hebraico.

At. 9:4/5- “Caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: “Saulo, Saulo, por que me persegues? E Saulo disse: “Quem és, Senhor?” Respondeu ele: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues”

A maioria dos estudiosos bíblicos considera que Saulo tinha duas versões do seu nome, uma hebraica e a outra latina, como explica a Enciclopédia Católica:“Ele pertencia à tribo de Benjamim e, portanto, recebeu na época da sua circuncisão o nome de Saulo [Saul], que deve ter sido comum naquela tribo em memória do primeiro rei dos judeus (Fl.3:5-6-5 – Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu;6 – Segundo o zelo, perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível). Já como cidadão romano, ele também usava o nome latino de Paulo. Era bastante comum que os judeus da época tivessem dois nomes, um hebraico e o outro latino ou grego, entre os quais muitas vezes havia certa similaridade e que se mencionavam conjuntamente tal como o faz Lucas em (Atos 13:9- Todavia Saulo, que também se chama Paulo, cheio do Espírito Santo, e fixando os olhos nele).

Se Saulo tinha dois nomes, por que o restante do Novo Testamento usa o seu nome latino? Muitos acreditam que essa mudança adotada pelo autor São Lucas no texto dos Atos dos Apóstolos representa a nova missão de Saulo/Paulo perante os gentios, que falavam latim e/ou grego. Era natural que, ao iniciar o seu apostolado entre os gentios, Paulo priorizasse o seu nome romano.

Resumindo, Deus não mudou o nome de Saulo. O próprio Saulo é que, no propósito de melhor alcançar os gentios, usava o seu nome romano durante as suas muitas viagens.

CONCLUSÃO: Com a morte de Estevão muita coisa mudou na história da Igreja Primitiva e principalmente a figura do Ap. Paulo começa a ter destaque, até mesmo mais do que os discípulos que se tornaram apóstolos, porque como o Senhor falou para Ananias, quando o enviou a rua Direita, havia um homem que precisava ser ministrado, e que começava a se endireitar, ou melhor, começava a se curvar diante do Senhor, e levaria o evangelho aos gentios e por amor ao Senhor sofreria imensamente, mas honraria o autor e consumador da sua Fé. Ananias relutou, mas obedeceu e ao orar por Paulo, as escamas caíram dos seus olhos e ele voltou a enxergar. A principal escama já tinha caído no seu espirito na estrada de Damasco, quando ele reconheceu que quem falava com ele era alguém mais poderoso que ele. Esse homem escreveu 13 cartas que consolidaram muitas igreja e milhares de vida, são princípios do evangelho que cada um de nós tem o dever de guardar, e que na escrita de Paulo se tornam misseis espirituais, que nos fazem sair muitas vezes de uma inércia espiritual, para um cristão com coragem e ousadia e com a Unção do Espirito Santo, assim como Estevão teve e depois o Ap. Paulo, em todo o seu ministério, aliás era isso que ele sempre pedia por sua vida: que o Espírito Santo lhe concedesse coragem, ousadia e autoridade para pregar o evangelho da salvação. Amém.